Beleza em Rede
A experiência da beleza sendo multiplicada pelos companheiros da internet.
sábado, 15 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Dias de chuva no horizonte
Nestes dias de verão, nas bandas de Minas Gerais, meu belo horizonte está fechado para visitações. É que nosso céu anda coberto por nuvens calmas, que passam tranquilamente e impedem a vista de suas montanhas.
Não tenho dúvidas de que o tempo chuvoso dificulta o trânsito de nossas tarefas diárias. É claro que em dia de sol é mais fácil andar pelas ruas e calçadas. O sol realça a paisagem. As roupas secam e podemos abrir as janelas em dias quentes. Os passeios ficam enxutos e não temos que saltar sobre as poças d’água. E, em geral, o fluxo de nossa rotina prática tem mais liberdade para movimentar-se com o dia brilhante – sem contar que a própria temperatura se encarrega de agitar moléculas e corpos.
Porém, as estações são quatro. E, talvez, a nossa saúde psicológica precise de variações. A diminuição forçada de nossos passos dá um tempinho para o corpo – o que pode ser uma boa oportunidade para mantermos nossa saúde mental. E quando não podemos – ou não aceitamos – o lento ritmo de nossas ações nesses dias, os nervos ficam expostos. Mas se a nossa cabeça ainda fica tensa e mantém o coração acelerado, pode ser um sinal de que seja preciso preparar a vida de maneira menos uniforme, mais diversificada. Como notou Aristóteles: “o Ser se diz de muitos modos”. Às vezes é hora de vida aquecida e de pernas fortes para imprimir velocidade, às vezes de coração pacato e pulmão bem inflado.
Todas as coisas estão em movimento e não adianta desejarmos que elas parem. Ao invés, podemos desejar nos movimentar melhor.
Se, conforme a música, é preciso saber viver, então, vivamos todas as estações – não apenas passemos por elas – pois isso não significa apenas passar pela vida, sem se sentir vivo?
Pausa para pensarmos. É sufocante tal pausa? Então, lembre-se do seu pulmão e respire fundo... pensemos sem compromisso... Agora dê uma direção ao seu pensamento.
O simples fato de refletirmos e planejarmos a vida não garante que teremos condições para colocarmos os nossos pensamentos em prática, para cumprirmos nossos objetivos. Mas a reflexão é importante para dar o norte e construir o caminho.
Passo a passo. Avançando e retrocedendo. Reavaliando e redirecionando. Pouco a pouco, sua história está sendo construída. Mudança na constância; constância na mudança. Primavera-Verão. Outono-Inverno. Não há um só tempo nessa história, nem tampouco um só caminho.
Hoje é dia de chuva em Belo Horizonte. A chuva revitalizará as montanhas de nosso horizonte. Hoje é dia de ruas molhadas e tráfego lento em Belo Horizonte. Hoje é dia de chuva, quer queira, quer não queira. Hoje é dia de chuva e é preciso viver. Hoje é dia de chuva e de vê-la descer.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Exercite a beleza
Exercite a beleza. Mais do que corpos sarados e uma paisagem deslumbrante, a beleza está no modo de encararmos as situações da nossa vida. Não é raro, portanto, que coisas belas sejam tristes. E tristeza acompanha as frustrações nas relações sociais e amorosas; na atenção das condições desumanas de existência; no autocontrole dos nossos impulsos e o conseqüente sentimento de frustração do desejo reprimido; na consciência de futuro e a certeza da decadência de nossos corpos e do fim que nos espera, etc. Mas mesmo em cada um desses aspectos tristes, podemos enxergar a beleza, não é?
Muito mais do que pode parecer à primeira vista, momentos tristes podem ser vistos como belíssimos. Um belo filme pode ser – e não sem razão – um filme triste. Nesse caso, parece que “filme triste” e “filme bonito” são sinônimos, não? Mas como podemos enxergar beleza na tristeza?
Acredito que uma dose de consciência que surge da maturidade. E o exercício para enxergá-la é o da atenção cuidadosa – aquela atenção que a mãe tem com o seu bebe por saber que a vida dele é frágil e que depende inteiramente dela a sua sobrevivência.
Quando bebes, ficávamos expostos o máximo possível a todo e qualquer acontecimento externo e interno ao nosso corpo – sem defesas. Mas nessa fase não temos nenhuma consciência dos riscos que corremos e ficamos salvos da angústia e do medo. Nesta fase tudo nos é dado, como algo espontâneo.
Quando crescemos – envelhecemos – ocorre o contrário. A consciência aumenta. Cada vez mais tomamos ciência de nossa fragilidade no mundo. Sabemos que temos que ter cuidado com a nossa vida. Um cuidado quase de uma mãe com o seu descuidado bebe que significa carinho com a vida. E um cuidado que significa alerta para as situações inusitadas.
Parte do resultado de termos consciência é o de saber que a vida deve ser conquistada a cada dia. A sensação de saborear o mundo como uma papinha gostosa que chega prontinha pelas mãos carinhosas de nossas mães, ficou na infância.
Atentos à nossa fragilidade podemos nos surpreender com cada ato de nossa existência – como se o mínimo movimento vencesse toda a probabilidade de nosso fracasso. E mesmo sabendo de nossa impotência em relação às forças do mundo podemos nos encantar com os minúsculos eventos e vibrar de emoção até quando vemos tanta feiúra no mundo e quando somos golpeados pela fatalidade.
Assim, uma visão ampla de mundo - que não se disfarça na viseira de uma falsa promessa de vitória do ser humano sobre a vida - está atenta à beleza. O belo pode ser exercitado e sua presença pode acompanhar a pessoa que amadurece.
Sem querer concertar o mundo, quem amadurece pode cultivar a beleza que se torna oportuna nos momentos difíceis. Um profundo senso estético acompanha uma visão rica e madura da existência.
A nossa sugestão é que você pense e veja, sempre mais, o Belo. Valorize o que é significativamente importante e viva os ares da boniteza...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
O que é e onde está a beleza?
A beleza - você pode conferir em "História da Beleza", de Umberto Eco - tem história. E, pelo fato mesmo de ter história, significa que ela se relaciona com o tempo e com o espaço - como nós, seres humanos. Significa, então, que ela deve ser contextualizada para poder ser compreendida. E se podemos, de um contexto a outro, transfigurá-la, logo, a beleza é sempre submissa ao contexto que enfocar-mos.
Mesmo que a descrição da beleza se submeta aos critérios predefinidos de nossas perspectivas, há, ainda, a inversão surpreendente de seu fenômeno (este é ahistórico) de sua permanência na história da humanidade. Ou seja, não há história que esgote sua presença, se por história entender-mos a nossa aventura na Terra, a caminha humana. Não podemos pensar a vida humana - em qualquer momento espaço-temporal - sem algum critério de beleza que norteia as decisões pessoais, os caminhos culturais, a organização social, etc. Enfim, se mudam as formas da manifestação da beleza, não muda a necessidade de tê-la em conta na estrutura geral da vida humana.
Tendo isso em mente, viemos para descobrir, redescobrir, transmitir, compartilhar, com todos aqueles que se relacionarem conosco, as formas da beleza.
O primeiro desafio que propomos é: o que é e onde está a beleza?
Mesmo que a descrição da beleza se submeta aos critérios predefinidos de nossas perspectivas, há, ainda, a inversão surpreendente de seu fenômeno (este é ahistórico) de sua permanência na história da humanidade. Ou seja, não há história que esgote sua presença, se por história entender-mos a nossa aventura na Terra, a caminha humana. Não podemos pensar a vida humana - em qualquer momento espaço-temporal - sem algum critério de beleza que norteia as decisões pessoais, os caminhos culturais, a organização social, etc. Enfim, se mudam as formas da manifestação da beleza, não muda a necessidade de tê-la em conta na estrutura geral da vida humana.
Tendo isso em mente, viemos para descobrir, redescobrir, transmitir, compartilhar, com todos aqueles que se relacionarem conosco, as formas da beleza.
O primeiro desafio que propomos é: o que é e onde está a beleza?
Beleza em Rede objetiva ser uma rede de transmissão da Beleza. Não importa qual o sentido específico que você dá à Beleza, o que nos importa é que você tenha condições de transmiti-la e, também, de se aprofundar no senso estético. Vale notar que para alguns filosófos, como Nietzsche, a beleza ou o senso estético está na mais alta conta dentre os valores da vida. A Beleza - cremos - é mais do que um belo corpo e uma bela paisagem... ela está implícita em cada decisão que tomamos e é responsável por boa parte da recriação de nossa humanidade.
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